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01 maio 2010

"O mal é a minha filha ser tão faladora"

Mãe acusada de violar os filhos negou ao DN ter abusado, juntamente com o marido, das três crianças

Amélia Alvéolos diz estar "a viver um pesadelo". É suspeita de, juntamente com o marido, ter abusado sexualmente dos três filhos menores e de com eles manter sexo em grupo. O DN falou ontem com Amélia, que na quinta-feira saiu em liberdade do Tribunal de Vila do Conde por decisão do juiz. O marido ficou em prisão preventiva até ao julgamento. "Nada do que nos acusam é verdade, as crianças nunca falaram de nada, nem nunca vi nada de estranho em casa", garantiu.

A mulher, de 30 anos, estava à porta de casa, na freguesia de Retorta, em Vila do Conde, quando falou ao DN. A arguida preparava--se para sair e apresentar-se na esquadra da PSP, cumprindo assim a única medida de coacção a que está obrigada: apresentações diárias. Amélia disse não estar ainda em si, recordando o pânico que viveu, quarta-feira, ao final da tarde, quando a Polícia Judiciária (PJ) a deteve, após a denúncia de uma professora da escola básica local, frequentada pelos filhos. Segundo apurou o DN, a denúncia partiu da filha de 9 anos, que terá contado na escola que gostava de fazer sexo, estando habituada a isso, tanto com os irmão, de 11 e 13 anos, como com os pais.

A professora alertou de imediato a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vila do Conde, que denunciou a situação à PJ. "Eu estava a chegar à escola porque as crianças não tinham vindo para casa no transporte escolar. Perguntei a uma empregada o que se passava e ela não me respondeu. De imediato apareceu a polícia. Foi um pesadelo", contou Amélia. Pouco depois seria a vez do marido, "vinha cansado e só perguntava: o que é que eu fiz?", lembrou.

Na busca feita à habitação do casal, os inspectores da PJ levaram apenas os lençóis das camas das crianças. As mesmas foram sujeitas a perícias legais no Instituto de Medicina Legal do Porto. "Agora, só quero ver o resultado dos exames, pois se for tudo mentira estou pronta para processar quem montou toda esta história", disse revoltada. Em casa, tem agora apenas a companhia do cão. O marido está em Custóias, no Estabelecimento Prisional do Porto, e os três filhos foram institucionalizados. "No tribunal avisaram-me que posso visitá-los, mas sempre acompanhada pelas técnicas. Não sei onde eles estão, nem quando vou vê-los", referiu. Uma coisa é certa, Amélia espera um dia poder ter as crianças de novo em casa.

O caso tem um motivo, apontou. "O grande mal é a minha filha ser muito faladora. Vê coisas na televisão que até não devia ver, mas a gente não vai desligar o aparelho só por causa deles", disse, justificando o teor sexual da conversa que a menor terá mantido com a professora. "Onde estão as provas?", questionou.

Os únicos maus tratos que reconhece terem sido dados às crianças "são as surras dadas pelo pai". José Páscoa, ou "Palhaço" como lhe chamam, 39 anos, era muito severo com os filhos. Mas Amélia argumentou: "Não é como se diz, referindo-se à curva que o filho de 11 anos tem nas costas, deformação que alguma vizinhança atribui às agressões do pai. "Ele era muito amigo deles. De uma das vezes deixou de trabalhar para estar com o mais velho que foi operado a uma hérnia", conta a mãe.

José foi operado ao baço e sofria de complicações cardíacas. Amélia diz que "na noite após a detenção ouvia-o a gemer na cela, depois da coça dada pelos polícias.

"O grande mal é a minha filha ser muito faladora. Vê coisas na televisão que até não devia ver, mas a gente não vai desligar o aparelho só por causa deles" Meu deus, que rica mãe... o testemunho dela não é muito credível, ou é? Só acho que ela não devia estar em liberdade. Tanto é criminoso o que vê, como o que faz.

in DN

1 comentário:

~Gil disse...

A minha irmã andou num colégio de freiras e uma vez estava na farmácia com a minha mãe e disse à farmacêutica que as freiras lhe davam bagaço.
Há crianças com muita imaginação. Mas se é verdade ou não só aquela família sabe.