Queer Lisboa é um festival de cinema gay e lésbico que já vai na 15ª edição. Como em todos os anos, inova um bocadinho e este ano apresentou-nos uma pequena peça de teatro. Por ser curta, porque em tudo o resto é grandiosa. Silenciados conta-nos a dramática história de cinco pessoas vítimas de homofobia. Um prisioneiro de Auschwitz; Octavio Acuña, um activista gay assassinado em 2004, no México; Jesús Prieto, um gay católico preso numa luta pessoal entre a religião e a sua orientação sexual; Paulina, uma transsexual guatelmaca assassinada pela polícia em 2005; e Mateo Rodríguez, vítima de bullying em Madrid que morreu em 2011.
Nesta peça os mortos ressuscitam e permitem acompanhá-los na sua luta. É uma peça arrepiante que nos faz ao mesmo tempo sorrir e (quase) chorar. É para qualquer um de nós, algo que nos faz rever a nós mesmos e a nossa luta pessoal, luta essa afortunada, uma vez que eles perderam a vida.
A mim o que mais me tocou, foi a história do prisioneiro de Auschwitz, da Paulina e do Mateo Rodriguez. Do prisioneiro de Auschwitz não vale a pena falar, já todos conhecemos as atrocidades lá cometidas. Da Paulina, a sua sensualidade e atracção que a fez subir na vida, mas também definhar graças aos homens que conheceu, que a desejavam, mas que depois não souberam lidar com tal sentimento. E do Mateo Rodriguez, por ser algo bastante actual, por ser o bullying a causa recente de muitos casos.
É para mim um peça muito triste... e não consigo tirá-la da cabeça. Adoraria poder revê-la, mas no Queer Lisboa saiu de cena ontem.
Aproveitem no entanto para ver outros filmes... é uma grande oportunidade para vermos filmes desta temática.
3 comentários:
deve ser belíssima a peça.
É...
Adorei!
Como tu, gostaria deter visto mais vezes.
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