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24 julho 2009

Continuação...

Estava uma noite agradável. E não, não foi por ter visto todos os meninos, professores, fotografias de pilas feias mas enormes. Não. Estava literalmente uma noite agradável: tinha parado de chover, estava uma aragem fresca, estava silêncio. Tirei um livro de contos e um livro sobre a exposição, corri para o metro e apanhei um táxi. Não havia trânsito àquela hora da noite. Continuava a não chover, a haver a aragem fresca. Paguei ao taxista para ele me deixar, e ele como subordinado que é, assim o fez, deixou-me a uma distância relativamente boa de casa.
Estava uma noite agradável, mas eu não me sentia 'agradável'. Não. A minha companhia nessa noite foi uma colega minha que está sempre a meter defeitos no nosso curso, a desmotivar e outras palavras que nos põem em baixo das quais agora não me relembro, e o seu namorado. Eles têm aquele ar de cumplicidade, ela não precisa de dizer nada para ele compreender e vice-versa. E eu... eu estava sozinho, rodeado de tanta gente... mas mesmo assim sozinho.
Quando estamos sozinhos, ainda queremos estar mais sozinhos. Portanto eu assim longe da minha casa, vim a pé, na noite que estava tão agradável... vim a ler fracamente frases soltas do livro de contos que tinha trazido. Algures lá pelo fim, estava o meu nome. Na altura devia ter ficado contente. Mas não, continuei. Os carros passavam por mim, quase que os podia ouvir a pensar: 'Que figura triste, chique... mas patética'.
E eu senti-me só, ainda me sinto só. Estar em casa mata-me... corrói-me por dentro... mas como tantos outros, não posso sair de casa. Pelo menos para já...
Até já.