António Conti, filho de um mercador italiano, conquistou o coração de D. Afonso VI que gostava da presença de rapazolas, lacaios, escravos negros e mouros que foram deixando no leito real o aroma de exotismo. D. Pedro I ficou para a história como o amante viril de D. Inês de Castro, mas Fernão Lopes deixa clara a relação com o seu sensual escudeiro e a amizade com outros cavaleiros. Fernando Bruquetas de Castro conta-nos a história de imperadores, reis, políticos, membros da Igreja e das universidades que, ao longo dos séculos viveram a sua sexualidade de forma livre, contudo presa a simulações e a jogos de poder. Através destas personagens da vida pública de todos os tempos, este historiador conta-nos a história da homossexualidade, tantas vezes ocultada ou contada com muita timidez pela historiografia tradicional. Da amizade entre Gilgamés e Enkidu, ao desespero de Aquiles por Pátroclo, do apaixonado Alexandre que enlouqueceu com a morte do seu amado Hefestión, ao general Júlio César que procurava bonitos escravos em cada terra que conquistava, de Ricardo Coração de Leão que sucumbiu aos encantos de um trovador da corte, do delicado Maximiliano, imperador do México que viveu uma dolce vita e cuja morte em frente a um pelotão de fuzilamento continua envolta em mistério, ao famoso duque de Windsor que se deixou seduzir por Wallis Simpson e por um atractivo milionário norte-americano.
Não é nada mais nada menos do que a história da homossexualidade através das personagens mais influentes do seu tempo, Reis ou não. Tem uma escrita um bocadinho complexa e demasiado intelectual para o meu gosto, mas foi inevitável devorar personagem a personagem com o interesse de uma velha alcoviteira cujo clímax do dia é ouvir a fofoca mais elaborada.
Simplesmente adoro a forma livre como muitos viveram a sua homossexualidade enquanto que outros, tristemente, tiveram de a reprimir devido à hipocrisia vivida no seu tempo. No entanto, alguns casos são inspiradores! Outros simplesmente românticos e impressionantes.
Quero ser um Rei e amar como uma Rainha. Pff.
8 comentários:
Tenho que ler isso... entretanto vou acabar de ler a "Maria" ou a "Ana".
Queres que seja teu escudeiro é? lol
Pode ser Miguel ;)
Há muito tempo desejo ler este livro.
Ai não sabias? LOL :)
Houve muita homossexualidade famosa na História de Portugal.
Quanto a D. Afonso VI, não me surpreende nada. Aliás, o livro é de Setembro de 2010 e eu fiz referência à homossexualidade de D. Afonso VI sete meses antes, em Fevereiro de 2010, num dos meus posts.
http://asaventurasdemark.blogspot.com/2010/02/d-afonso-vi-amizade-homoerotica.htm
Não é só agora que existe homossexualidade, sempre houve, o ser humano é que é demasiado hipócrita para o dizer.
Admiro esses "antigos" e fazem-me mesmo pensar se o tempo deles é o tempo "antigo, atrasado e ignorante".
Mark... dele, do D. Sebastião etc. Já se sabia. Eu fiquei um bocado impressionado com outras figuras que se soube através dos relatórios da Inquisição Portuguesa...
Sim, Eric houve uma enorme hipocrisia começada principalmente pela Igreja Católica... até então a homossexualidade era aceita... desde que o homem não fosse passivo (naquela altura ser passivo era assumir o lugar de uma mulher... e o que eram as mulheres naquele tempo?!)
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