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17 março 2010

Notícia lamentável...

Jovem de 15 anos ajudou a sequestrar e a violar amiga

Vítima conseguiu alertar a polícia depois de ter sido violada por colega da amiga que conheceu num bar 'gay'. Foi ainda obrigada a prostituir-se. A menor estava fugida de instituição

Clara (nome fictício), 15 anos, teve desde sempre uma vida difícil. As circunstâncias familiares levaram a que fosse institucionalizada num centro de acolhimento de crianças e jovens em risco, na Margem Sul. Mas a rebeldia da adolescência instigou-a à fuga. Lisboa foi o destino, onde é sempre possível sobreviver "catando" aqui e ali os mais desprevenidos. Um dia, conheceu um homem de 32 anos que a envolveu em crimes de violação, sequestro e lenocínio praticados sobre uma sua amiga, de 19 anos, que conheceu num bar gay do Bairro Alto. A Polícia Judiciária (PJ) já a devolveu à instituição de onde fugira. O amigo está detido e vai hoje a tribunal. A vítima está ainda a sair do pesadelo.

Augusto (nome fictício), o novo amigo que Clara conhecera em Lisboa, e que também se dedicava a pequenos furtos, não se importou de partilhar o quarto, na Rua da Rosa, ao Bairro Alto. A adolescente é lésbica pelo que, entre ambos, nenhum relacionamento sexual se proporcionou. Ele dormia na cama e ela no chão, respeitando-se a orientação sexual de cada um.

Se durante o dia os pequenos furtos ocupavam Clara no seu deambular pela Lisboa dos turistas, a noite era dedicada ao "engate". O tempo era passado a beber uns copos nos bares do Bairro Alto. A conversa ia fluindo com uns e outros, e só se a oportunidade fosse demasiado tentadora é que descaía para a sua actividade "profissional". Sem arriscar muito.

Na semana passada conheceu Íris (nome fictício). Foi num dos bares onde se junta a comunidade gay. Íris, de 19 anos, estava a passar por um momento conturbado na sua relação amorosa com uma companheira com quem partilhava casa há já algum tempo. A aproximação de Clara foi sedutora. A tal ponto que, na quarta-feira, aceitou o desafio de partilhar o quarto com a adolescente na Rua da Rosa. Numa pensão frequentada, sobretudo, por prostitutas.

Só que Íris desconhecia que naquele espaço também dormia Augusto. De embaraçosa, a situação passou a ser de conformidade com a realidade. Era o melhor que se podia arranjar. Elas dormiam no chão e ele na cama. Na primeira e segunda noites nenhum problema se registou. As orientações sexuais continuavam respeitadas no melhor espírito do "está-se bem".

Mas tudo se alterou quando Augusto anunciou a Clara que gostaria de ter relações sexuais com a sua amiga. Íris opôs-se com naturalidade. Clara terá demonstrado que estaria disposta a ver satisfeita a vontade do amigo. Segundo fonte próxima da investigação, terá consentido e até colaborado na violação alegadamente insistida por Augusto.

Tudo terá acontecido durante o dia de sábado. O pesadelo de Íris, iniciado com relações sexuais forçadas, sequestrada no quarto da pensão, ainda estava para durar. Quando chegou a noite, Augusto e Clara deram ordem a Íris para que se fosse prostituir na rua, ali bem perto da pensão, "sob ameaças de morte e agressões", especificou a PJ.

Íris esteve até às quatro da manhã de domingo numa esquina perto da Rua da Rosa, onde a prostituição começa a ser quase invisível (ver texto acima). Por sorte, ninguém naquela zona do Bairro Alto apareceu interessado em adquirir sexo. Segundo fonte próxima da investigação, a vítima esteve sempre a ser observada por Clara e Augusto. Já no quarto, avisaram-na de que teria de arranjar dinheiro de qualquer maneira.

A proposta foi que durante o dia de domingo fosse a casa da sua antiga companheira e lhe furtasse tudo o que fosse possível, especialmente ouro e dinheiro. O desafio foi aceite.

Mas, em vez de se dirigir logo para o destino indicado, Íris entrou antes na esquadra da PSP mais próxima. No outro dia de manhã ainda o casal de amigos não tinha visto a luz do dia quando bateram à porta os inspectores da 2.ª secção da directoria de Lisboa da PJ. Augusto está detido e é hoje presente a um juiz. Clara voltou à instituição de onde fugira.
Do que nós precisávamos neste preciso momento...

2 comentários:

João Roque disse...

Obrigado pela denúncia destes casos perfeitamente vergonhosos.
Abraço.

Anónimo disse...

boa tarde, queria publicar o meu comentario com alguma tristeza porque a jovem tinha apenas 15 anos e o "augusto" 32, uma grande diferença de idades, logo as influencias sao muitas.