Às vezes precisamos de ouvir as verdades. Talvez doa, talvez não. Talvez ajude, talvez não. Talvez mude alguma coisa, talvez não. Mas de vez em quando é bom ouvir as verdades, ou até dizê-las. Tive uns dias calados, a fazer uma introspecção em relação à minha vida afectiva. Mas ainda não deu grandes frutos.
E portanto, numa conversa pela Internet, alguém distancialmente próximo achou por bem partilhar os seus sentimentos em relação aos meus. No início, concordei e concordo com o que foi dito: eu sou uma pessoa que se apega demasiado a outras e que devia ser mais frio, mais objectivo. Tem algum sentido. Não concordo com o restante que foi dito, não acho que funcione assim, pelo menos, comigo não.
A verdade é que não quero ser mais frio. Se mudasse alguma coisa, seria não me apegar tanto às pessoas, ser mais objectivo. Mas frio não.
'Conhecer, curtir, comer e cagar' foi este o conselho que me foi dado e eu numa área tão escura da minha vida sentimental, resolvi pô-lo em prática. Eu sei que sou capaz, já o fiz no passado. Mas há uma razão para eu ter deixado de o fazer e foi preciso encontrar-me com alguém para sexo para me relembrar do porquê.
O homem com quem me encontrei, depois do encontro, quando estávamos a ir embora, revelou-se ser casado. Para alguém frio isso ser-lhe-ia indiferente. Para mim, que não sou frio, que sou um ser demasiado complexo e complicado não é. Não porque me apeguei a ele, mas porque me apeguei à mulher dele, que não conheço de lado nenhum. Há um ano atrás eu 'era' essa 'mulher'.
E portanto talvez eu me apegue demasiado às pessoas e elas magoam-me. Talvez precise de mudar isso. Mas ser frio não. É com pessoas com que estamos a lidar. Consigo ser objectivo, mas frio não. É diferente.
Tudo isto para dizer isto: se não compreenderem uma pessoa, o que a move, o que ela quer, quem ela é... não dêem conselhos.